![Elias percorre 40 km todos os dias com a bicicleta elétrica que foi comprada há um ano (Foto: Luciane Cordeiro/G1 Paraná)](http://s2.glbimg.com/dgL9k0_m8nmAlYuRS3mdqBBoA7s=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/10/16/elias_da_silva02.jpg)
FONTE: G1/PARANÁ
O vendedor de pães Elias da Silva, de 44 anos, tentou fazer a carteira de motorista por três vezes, mas, como reprovou na fase teórica, acabou desistindo da habilitação. Para não parar de trabalhar, o vendedor de Paranavaí, no noroeste do Paraná, decidiu comprar uma bicicleta elétrica há um ano. A escolha deu tão certo, que, diariamente, Silva percorre 40 km entregando os produtos que ele mesmo produz. "Se não fosse essa bicicleta não teria como vender os pães e ter uma renda no fim do mês. Só gasto com ela quando preciso trocar alguma peça, fora isso ela me ajuda muito", diz. O único problema, segundo Elias, são as ruas esburacadas e a falta de amortecedores.
A bike elétrica também é sinônimo de independência. A aposentada Madalena Tizziane comprou o veículo há dois anos, mesmo tendo carteira de motorista. O marido dela tem carro, mas sempre quando precisava do veículo não podia usar. Por isso, a bicicleta surgiu como uma alternativa saudável, sustentável e econômica. “Eu não tinha dinheiro para comprar outro carro, mas precisava de um veículo para fazer as minhas coisas. A bicicleta elétrica foi a melhor opção”, pontua a aposentada. “Hoje, eu já não troco a bichinha por nada. Ela [bicicleta] me leva para a hidroginástica, para o mercado, consigo passear com os meus netos, olha é uma beleza”, acrescenta Madalena.
Mesmo tendo características propícias para o uso desse tipo de transporte - Paranavaí é conhecida pelas temperaturas elevadas e por ser uma cidade plana - poucos moradores decidiram investir nesse tipo de veículo. De acordo com a Diretoria de Trânsito (Ditran), há aproximadamente 100 bicicletas como essa circulando na cidade e a maioria dos proprietários tem mais de 50 anos.
Para o proprietário de uma loja de bicicletas da cidade, Sérgio Paulo Farias Dias, o preço ainda assusta. “Em média, uma bike boa custa entre R$ 3 mil e R$ 4.500 e não é possível financiá-la. Claro, que se comparada com uma moto ou um carro é bem mais barata, porque não precisa gastar com documentação, como emplacamento, IPVA e seguro. Mas, se a decisão for entre uma comum e a elétrica, a maioria fica com a comum”, explica Dias.
Os proprietários escolhem as bicicletas elétricas pela comodidade e rapidez de utilização. Esses veículos não são alvo de fiscalizações. Mas, de acordo com a Ditran a utilização de equipamentos de segurança é primordial. “Nós recomendamos aos usuários que eles não deixem de utilizar os equipamentos de segurança e que façam de tudo para serem vistos no trânsito, como, por exemplo, usar o braço para sinalizar o lado que vai virar”, analisa o gerente da Ditran, Gabriel dos Santos. "Como ainda não há uma regulamentação nacional, ainda estamos avaliando como proceder com esse tipo de veículo", acrescenta o gerente da Ditran.
Enquanto as bikes de Elias e de Madalena são mais simples, o veículo da empresária Maria Aparecida Granero, de 56 anos, é um modelo mais novo e se parece com uma moto com pedais. Dirigir carro ou moto nem passa pela cabeça da empresária, ela tem medo. Já dirigir a bicicleta é uma diversão. "O meu filho já ofereceu o carro dele, mas eu tenho medo e não penso em dirigir. Agora, com a minha bicicleta eu vou para todos os lados. Já fui até para Tamboara que fica 40 km de Paranavaí", conta a empresária. O modelo adquirido por Maria Aparecida não se parece com as bicicletas tradicionais, mas ela garante que o veículo colabora com a sustentabilidade e promove uma vida saudável.
![A bicicleta elétrica de Maria Aparecida parece uma moto, só que com pedais. Por ter medo de dirigir, a empresária não pensa em comprar outro veículo (Foto: Luciane Cordeiro/G1 Paraná)](http://s2.glbimg.com/2a5pKbSnxLL1g3pW_R0MDZTrY6A=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/29/maria_aparecida_granero.jpg)
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